Epopéia Cotidiana

O som não é suave, a vontade está inabitada. Maldito despertador. Maldito.

A primeira grande batalha se inicia!
Bravo guerreiro contemporaneo,
O conflito desperta, já não há saída.

O caldo negro e mal-dosado teima em mostrar a frágil e amedrontadora imagem na parede; simplesmente detesto aquele relogio.

Meu Deus, olha que horas são! Será que vai ser sempre assim? Será? Minha consciência esforça-se para contrariar, mas a verdade é maior: - "Sim, sempre será!".

O gosto amargo do inicio da batalha vai se esvaindo entre bocejos seguindos de sutis indagações sobre a relevante de continuar na batalha ou desistir. E se desistir, como evoluir?

Olho ao meu redor, não vejo niguém meio a multidão. O pensamento está direcionado, e a grande máquina se mostra incapaz de aquecer meu frio. O vazio desencontro com Chronos, o irremedíavel Deus do Tempo que jamais tarda em encontrar-me.

Zeus é maior! Heis que surge a grande máquina tão aguardada. Oh! Majestosa. Meu Deus, tem até ar condicionado!

Não entendo tamanha não-funcionalidade! Fico confuso quando tenho frio, e mais esfria. Do mesmo modo, o vice-versa não sessa o quão estou confuso.

Preciso de Férias!

A chuva se mostra por entre os vidros que não permitem flexão. Chove forte, por sorte começara após eu ter adrentado à grande máquina. Nossa, mais que azar, pifar justo agora, a 1/4 da chegada. Meu suplício chama-se São Caetano! E seu fantástico sistema de vazão. Provavelmente este fator não tem relevância para medição de IDH, tem? Que tolice a minha, é claro que não.

O governo não entende e nem quer.... mas eu ganho por hora!

Importar-se quando os bolsos pesam, os filhos já do outro lado do atlântico àlguns kilômetros do caos chamado: TRANSPORTE. Não, minha grande intuição política, "deduz" que não.

Nossa, com tamanha sensibilidade e senso de dedução, acho que exercerei minha mais nova capacidade, a de incrível VIDENTE! Sim! Exatamente como aqueles inteligentissímos charlatões que aparecem esporadicamente em um programa do filho prodígio do Sr. Silvio. Alías, até quando o Santos vem aí?

Milhares de segundos se passam, infinitos momentos que misturam raiva, ansiedade e descaso. Após um breve cochilar que não se propoem em fazer meu corpo descansar, mas é suficientemente dosado para me deixar estressado ao retomar os sentidos.

Seguimos viagem e quando alcanço meu objetivo, me deparo com um formigueiro humano. Perturbados e desorganizados. Sobem uma escada mágica e se deixam conduzir aos seus destinos, como presas enjauladas pela predadora SOCIEDADE.

Respiro fundo e tento encontrar meu próprio caminho. Entre empurrões e esbarrões, chego ao meu destino, adentro a máquina irmã, que se mostra mais rápida e eficaz, apesar de soterrada pelas emoções frígidas daqueles que nela, impacientemente, repousam.

Chego, novamente, de forma subjetiva. Meu destino parece jamais ser alcançado. Neste momento, já exausto... invoco às forças da minha heroína, chamada "BALDIAÇÃO"! Após ser acolhido, ainda que sem forças, chego ao meu destino.

A novecentos segundos da linha de chegada, enfrento a caminhada sobre a garoa fina e gelada, não era de se esperar o contrário, pois estou, justamente, na TERRA DA GAROA!

Após ter concluído minha grande batalha, chego enfim ao meu destino... são 09h30 da manhã e estou pronto para trabalhar! Após uma aventura exaustiva como esta, meu dia não poderia ser melhor!

Um Império de pedra se forma, conforme caminho pelo(a) Paraíso. Suas enormes asas capitalistas me envolvem, e graças a este fato, eu ainda posso sorrir.

Sarcástico? Irônico? Revoltado? Não, diria que Amargo. Potencialmente Amargo. E sinceramente concluo que:

Preciso de Férias!

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por Ricardo Cicarelli

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A Carta - Parte 1

De um verdadeiro amigo. Para um verdadeiro amigo.
Apresentando a amizade ao seu espelho...


A amarga escuridão que presencio, faz-se como uma nuvem ácida que corroe a alma dos desprovidos de fé. É engraçado como podemos sentir a amargura do próximo, é insano o almejo do alivio. Eu o conheci há um bom tempo, fios no rosto e hormônios prédispostos ainda não eram um objetivo direto.
Tempos de glória, sim... os invencíveis. Tempo este que só fez o laço vigorar e uma profunda amizade nascer.
Eu o vi olhar, eu o vi alcançar... será que fui covarde em não alertá-lo? Como me manter fiel a esta amizade, se interferísse no que a vida lhe propusera, a evolução encontrou a necessidade. Sinto pelo fim.
Sinto que não posso ter a pretensão indigna de citar palavras, cuja etimologia disponham-no ao conforto, e sim firmar o que já era certo, fazê-lo crer que não importa o tamanho do impacto que impulsiona-lhe ao sufoco da alma; junto às sombras, sangue e dor; neste mundo, nesta vida a tendência é que, ainda que ferido, voltes.
Apesar de vinte e um anos de permanencia, meus conflitos existenciais parecem corroídos, pela terceira vez e consecutiva, a vida o pune. Quando sentimos a pro-atividade percorrer a veia, conhecer respostas, parece brincar, vem a vida e muda as perguntas... ainda que evolução, complicado.
As circunstâncias negam as razões pelas quais estamos unidos, o fato é concreto como as paredes enormes que dividem o oriente. A necessidade antecede a culpa.
Porque àlguns é dado o poder de desferir destruição, talvez pelo âmago sublime da pura e hilária existência humana e suas reações, talvez simples interesse. Ainda não a compreendo.
Possuir tudo e desperdiçar... típico humanóide.
Sinto cada vez mais que nada determina melhor o que seremos, do que as coisas que sutilmente, optamos ignorar; sucumbir ao extremo é um mal necessário, tão certo como o tamanho, brutalmente superior, do arrependimento sobre os valentes abandonados.
Desejo que, em breve, sinta-se envolto do quão valoroso propósito a vida lhe empregou. Todos têm uma missão, a nossa, porventura incomum, é de trazer o inatingível para os olhos descrentes. Esqueça-se o passado, jamais retroceder-se-á. Tente entrelaçar suas idéias a ponto de, ainda que embaraçadas, torne sua existência menos sufocante.
Chega de hipocrisias, estamos todos cansados, joguemos o orgulho na sacra lata vasta, porém raza dos sentimentos. Não precisamos desta barreira.

(continua...)

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por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 10:45 AM. permalink Permalink

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A Carta - Parte 2

Tínhamos plena conciencia de onde poderíamos chegar, mais não se trata mais disso, quero apenas curá-lo, desfazer um encanto que entre momentos ruins e bons foram dos mais intensos, senão como envelhecer sem culpa?
Vejo muitas coisas, dentre elas pegadas na areia e caminhadas solitárias. Gostaria de estar dividindo sobre meus sentimentos, anseios e devaneios que hoje permanecem escritos, contudo mal descritos, profundamente dentro do meu peito, cravados com sangue e amor, respeito e admiração. Sabemos que são verdadeiros, pois são mútuos.
Acredito que a vida pode nos apresentar vários caminhos, direções, sentidos e rumos, porém; se olharmos bem à frente em direção ao horizonte veremos que ao final de cada reta, existe o meio e o fim deste início da chegada, sem mesmo termos partido de nosso ponto inicial.
Fixando atentamente meus olhos, percebo que neste final, meio e início, você meu amigo, sempre está presente, esteve e estará. Quero que saiba, que mesmo que a vida nos aponte destinos adversos aos nossos desejos, sonhos e vontades, você deve saber que poderá no presente, e no futuro incerto, contar com este que não é mais um ombro amigo, mas sim alguém que o considera um irmão.
Lembre-se que, sempre e antes de qualquer novo passo a dar nesta estrada da vida, a melhor premiação que podemos obter é o sabor da verdadeira amizade.
Quanto ao amargo gosto desta derrota, ainda que uma vítima do amor voraz e devastador... força interior e amizades, préjulgadas como verdadeiras, tornar-se-ão adversários à altura de seu monstro interior. Mantenha-se firme junto a está situação, pois assim nos é atribuído. Sanguíneo. Intrínseco.

Sempre como leves e sutis plumas ao vento, vento este... sem rumo.

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por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 10:44 AM. permalink Permalink

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Embriagado de Dólares

Essa corrente de levantar ego é ridícula
Tanta ambição por uma solução inexistente
E uma imensa energia gasta para perceber o que afinal é evidente
Essa corrente de levantar ego é uma fábula

Por quê? É simples. Sensação mutua, não se compra o que não existe
Sem propina pra não criar caso, porque ha! eu crio!
Então estúpido sou eu que ao invés de seguir contrario?
Não, estúpido é você que mesmo assim insiste.

Você! O arrogante que não sabe que querer não é poder
Aquele que não consegue ter mulheres, apenas diamantes
Até se afogar em sua piscina dos brilhantes
E em sua própria mente acabar por se perder

Embriagado de dólares, você!
O mundo não está a sua mercê!
Quando irá perceber?
Queimar-se-á para entender?

Não é porque você cospe moedas
Que pode subornar suas próprias quedas.
VOCÊ NÃO TEM HONRA!
E não é porque você vomita poder
Que pode acabar com a vida dele e dizer que não teve a ver
VOCÊ ME DÁ NOJO!

Mas as sirenes iluminarão
A anarquia incluida em seu sorriso e sua máscara de doutor
E eu...caneta e papel, vou estar lá no seu chão
Para tornar eterno e miserável seu terror.

por Leandro Bighetti "Bam"

user darkside   date 10:43 AM. permalink Permalink

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Sois tão bela, domínio e fascinio nato.
Traz aos homens que vos enlaça a vosso embarco,
o semblante da conquista inteira pronta,
pois em ti jamais repousa contraria afronta.

Faz nascer da nuvem negra o explendor,
trovões que jamais fadigam teu dispor.
Trazem a canção traduzindo o azul do oceano,
como teus olhos, os mais lindos deste plano.

O enxergar crucial. Tolo, orgulho tolo,
quão lindo mar utópico. Olhos em confronto?
Violando, entrega teu lamento ao desvendar.
Voraz timbre oniponente, fortalece o relutar.

Sobretudo vive o suplício, entregando-se de corpo,
és o espelho irreal, dos fatos sobre o impuro manto.
Todo àquele que a ama, está fadado à morte lenta,
obscuro precipício, que faz parte da tormenta.

Resguarda-se em vão, neste desolado pranto...
sinto tu´aura que fascina envolto ao encanto.
Na voraz tentativa, em que reges a dor intrínseca,
projeta-se no obscuro alheio de uma morte nunca vista.

Sorri pertencendo a morte, e da morte retornarás,
desiludir-se-á ao ver que teu ódio sucumbira.
Oh! Amor, supera-te em vida...
Cães famintos já não latem teu anseio. Irá.

Entretanto aqui me encontro em desespero,
relutando feridas traídas do desleixo.
Por longíncuas vidas sentirei este pesar,
rosas mortas, sempre nascem em meu altar.

________________
por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 10:42 AM. permalink Permalink

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Estreando - Hikaru

Apenas um post de estréia.....

Eu já disse que não gosto de dualismos???
Eu já disse que não gosto de partir corações???
Eu já disse que não gosto de ter meu coração partido???
Eu já disse o quanto é conflitante estar feliz e triste ao mesmo tempo???
Começar e terminar ao mesmo tempo???

E no fundo.... no fundo... querer inverter todo esse quadro???

Se eu não fosse tão científica.... não precisaria provar para ter certeza.
Se eu não fosse tão científica.... poderia fazer a dúvida sumir sem ter que provar do veneno.
Se eu não fosse tão emotiva.... usaria apenas da razão para entender o que é evidente.
Se eu não fosse tão emotiva.... não teria medo de me entregar de corpo e alma e viveria com a sombra de uma dúvida.

E no fundo.... no fundo.... não seria eu mesma....

A pessoa errada na hora certa (sentimento).... a pessoa mais certa na hora errada (razão). Por favor.... levem o meu coração....


Por HikaruSama

user darkside   date 10:42 AM. permalink Permalink

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Potencialmente humano

As gotas de água batem no vidro do carro, fazendo companhia a esta cansativa jornada. O som no carro ensurdecedor, faz esquecer a verdade obscurecida mais pela minha própria mente do que pelo insulfilm. O cansaço diário trava os músculos e fadiga o cérebro.

Numa esquina qualquer, no frio e na chuva, um menino bate no vidro de um certo Gol vinho e pede por um trocado. Minto compulsóriamente, "Hoje não tenho".

Pelos próximos poucos segundos, o remorso é confortavelmente sufocado por tantos anos de indiferença.

Indiferença.

Quando se está vivo apenas por milésimos de segundos de um dia da eternidade, algumas coisas tendem a acontecer. Quando não existe nada e tudo é tão inerentemente frágil, inevitavelmente a sobrevivência prevalece.

E os outdoors insistem em sinestesiar a vida alheia, garantindo-lhes sonhos e pacotes de férias luxuosos em ilhas paradisíacas.

Tudo é tão inutilmente em vão e insano. O tempo todo.

Entre o Céu e o Inferno, o potencialmente é o que mais me assusta.

Por Leonardo Bighetti

user darkside   date 10:41 AM. permalink Permalink

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O Círculo Inquebrável

Quando todos os berros forem insurdecedores e insanos,
Quando toda a verdade dissipar-se no vão reino da intransigência,
Quando a balança do mundo pende-se na aurora da insanidade,
Quando todos os caminhos tortos e infindáveis forem barrados,

Eu estarei lá.

Quando ver-te no amanhecer da Era Nova,
E suplicar pela permanência, outrora jamais indagada,
Quando encontrar-te na perdição anestésica da vida dourada,
E trevas envoltarem todos os infinitos lados,

Eu estarei lá.

Pois o barco que, envolto em sombras, desce o rio Styx,
Não navegas manejado pela mão única de tua concepção.
Pois mesmo que mova todos os Planos e percorra todo o Abismo,
A mente, por mais brilhante, solitária, inexiste.

A mente que, tão dividida, fragmenta o homem,
A mente e a mão, tão separados, deveriam ser apenas um...

Ou pelo menos diz, o Círculo Inquebrável de Zerthimon.

Lembra a vida passada que ainda faz parte, prevalecendo
E todas as pequeninas coisas que dissiparam-se no vento.

Eu estarei lá como sempre estive. Aqui. Sempre.

Até que todos os Planos sejam separados.

Por Leonardo Bighetti.

user darkside   date 10:41 AM. permalink Permalink

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Somos.

Somos.

Somos quem somos, meramente por deixar de realizar o que teria modificado o fato de sermos todos iguais. Ilusão existencial. Almejar o intocado.
Hoje entendo, que não importa quem somos ou o que realizamos em vida, pois todos, sem restrições, somos apenas pó e sombras.


Cansado das intransigências do acaso.

Cansado dos falsos agitos,

Cansado das trevas envolto ao ambiente.

Cansado desta jornada infindável, tantas direções;

Cansado, e como cansa quando banhas o mar hipócrita,

Cansado, e como fere quando deságuas neste oceano utópico.

Cansado deste veto, tantos impecilhos...

Cansado do descaso. o "deixar" tão perceptível.

Cansado do fato fadigando a permanência, jamais sanando-se.

Cansado de provar. Provar. Estou cansado.


Nostálgico. Incrível quando encontrava-me pensando, que por maior que este suplício existencial seja, sempre era possível indignar-se com uma situação, ainda mais atormentadora; outrem no contraste da balança? Talvez.
Assusta-me estar sozinho nestes novos tempos. Sempre precoce. Evoluindo...

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por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 1:12 AM. permalink Permalink

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Ainda não. Pensar é essencial.

Ainda Não. Pensar é essencial.

...És toda alma

e o que conta são as suas verdades,

não a falsa devoção

dos espíritos medrosos e alterados

pela imposição de uma sociedade

medíocre e abafada...

As pessoas caem.

Caem sempre no vulgar

de negarem a própria natureza.

O medo e a hipocrisia não merecem respeito

mas indiferença e lástima...

Talvez ela esteja sendo rude.

Talvez, transtornada

pelos rompimentos que a vida causou,

berre sua revolta com palavras

como se tivesse perdido

o mais precioso dos momentos

na revelação de que tudo foi um triste engano...

Estás amarrada na mentira,

no medo, na farsa,

e estrangulá-se no cordão dos próprios erros...

Pretendes cogitar a fulga deste anonimato? Revele-se como já o fez.

Revele-se.

________________
por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 10:45 PM. permalink Permalink

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A trivialidade é fundamental.

"Permanece o príncipe, santo.
Em sacras auréolas de plástico
Indiferente, faz-se prático
Em apenas dez minutos. Tanto?"

A trivialidade é fundamental.

No simples toque do desapercebido, ainda o ignorado prevalece e manipula. Essência. Ainda por cima dos berros e compulsões daqueles que gritam e choram a existência, prevalece. Mesmo sem a prioridade ou a responsabilidade, mesmo que o tempo pare, prevalece.

Pois aquilo que se mostra marcado e cicatrizado prova por cem milhões de vezes que sim, prevalece. Apenas não se nota. Como o pingo que derrama a água do balde, como a faísca que provoca a detonação. Absoluto.

Como se fosse a natureza de tudo.

A febre e insônia de incontáveis e intermináveis marcam com ferro a existência já há muito pressuposta. Mais uma vez, inerente. Fadiga e estresse, partes do todo onde pacotes separados são inexistentes.

Humano.

A trilha percorre e soa, com infinitos timbres, a roda da fortuna. Poeta-trágico-samurai. Como o código de honra que prevalece sobre todas as outras.

O sentimento é deficiente. O sentimento é essencial. Sentir define unicidade. Sabedoria, o despertar. Do velho novo mundo e das velhas novas histórias. Um outro ângulo.

Caminha com os cansados afagos de pêlos de coelhos e Sofias, os sinuosos secretos arquivos jamais vistos, por baixo da colcha de retalhos. Lapidando a própria lápide da existência jamais comprovada.

E como as plumas ao vento, flui sem rumo. No indigno âmago do próprio eu, santuário.

A trivialidade é fundamental.

Os olhos abertos evoluem com o aparentemente insano, a feiura que se torna bela, o comodismo transformado em tristeza, a satisfação insatisfeita. Olha! Está lá, esteve o tempo todo.

O Reindo do Nada. O eterno Conto dos Desavisados.

Para o inferno com seus paradigmas e convenções.

Por Leonado Bighetti.

user darkside   date 12:56 AM. permalink Permalink

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. : i n T r o : .

Heis que de pronto surge tão fora quão dentro,
o fim do anonimato e consigo o retorno do vento.
Sufoca a tortuosa espera, alivia as livres mentes.
Derrama sua febre, nos pensamentos remanescentes.

E no relento da mais clara voz citada,
não foges ao encontro do pensamento. Tua jornada.
Beira o véu da voz mais impída assim proclamada
cujas lágrimas sois de mar. Tão só, retorna alada.

Pranto sinfônico, batalha destravada;
talvez mero acaso da flecha nunca disparada.
A fome do saber, angústia inerente ao silêncio
renasce ainda mais forte, proclama o fim de seu lamento.

Lapidar. Lapidar. Lapidar. Crucial Lapidar.
Amargar. Jamais saciar ou findar...
És o lema vital, que rege o brando despertar,
pois este de nós, ninguém será capaz de roubar.

Coração, Cerebro e Alma, há tríade em todo explendor.
De pronto cá estão, florescendo diante ao vigor.
Suas armas desafiam a sacra ignorância, e seu cruel entorpecer,
dos olhos desatentos, apaixonados pelo suave desconhecer.

________________
por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 5:24 PM. permalink Permalink

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Ausência

Presença.

Passado em finitos quadros e antigas fotografias.

Como se pudesse respirá-lo, como se entrasse por minhas narinas, sufocando e atordoando.

Pensamentos alheios e verdades infinitas. Observo. Cerro os olhos. Aguço a mente no nem tão óbvio assim.

Indago. Aquele que nos une, quase posso tocar, nas ruínas da minha própria imaginação pródiga. Ainda assim, incompreensão.

Ciclos passam diante de meus olhos em pequeninos coloridos borrões. Todas as coisas, todas as diferenças bizarras, unidas por um só fato - vêm e vão.

Observo. Este que é uma face de três. Alheio a tudo e a todos. O espectador sentado no camarote. Onipresente. Ausente.

E em cada novo quadro, uma antiga e inerente parte destoa. Inerente a beleza e trivialidade, do finito. Eficácia com que preenche, borrifa seus momentos no ar seco e gelado.

Arrepia os pêlos como se suspirasse ao ouvido. Lentamente. Estão todos aqui. Ou pelo menos, estiveram. Marcados com ferro e fogo.

Inespera, como a tormenta que naufraga os desavisados, entra sem bater.

A mente volta ao presente, e observa. Incompreendido. Usual. Quanta ignorância alheia...

Ácido. Navegante, ofegante, misturando e mistificando os fatos, torna apenas um - Meu. Como um universo paralelo translúcido, mantém a mente fresca e afiada. Aprendemos.

Definitivamente, muito mais do que olhos distantes. Um mundo, uma vida inteira. O eterno filme solitário.

Ausento. Insensivelmente, não existe outra maneira. Gera ausência de palavras que deveriam ter sido ditas e ações que deveriam ter sido tomadas. Será?

De qualquer maneira, inevitável que o faça. Na ineficiência e solitude do alheio, prevalece. Ácido. Despenca do desfiladeiro, apenas para retornar - sabedoria.

E toda vez, retorna. Eis de fazê-lo, implicitamente.

Toda vez.

Por Leonardo Bighetti.

user darkside   date 5:13 PM. permalink Permalink

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O Início

Inicia-se na mesma forma em que fora, anteriormente. Sutileza infinita e escassas palavras, ou seriam berros de mentes atordoadas? De qualquer maneira, a afirmação cética ecoa e se faz presente e ressonante, pois de outra forma não haveria de ser: estamos.

E o paraíso das palavras que encumbem e transformam e todos os seres esguios que sorrateiramente estiveram, retornam ao lar. Lar inebriante, que a cada suspiro e manchas respira o mais profundo e simples, de fato almeja sem desejar almejar, porque é, sem ao menos saber, compulsório.

Porque tudo o que é vivo vive, e tudo o que é vivo morre.

A insatisfação e a hipocrisia do preto, branco e vermelho sangue nos traz todos os dias até o profundo poço de almas desgarradas que nada vêem para que possamos, através do rito, elevar.

A dor é boa.

Contradizemos e impensamos, sim. Inevitável, porém não sem seus poréns - provar por absurdo, por definição, leva à crença maior de todas as crenças: ciência da vida. Sutis, improváveis sarcásticas ironias de vidas, de todos e todas as coisas, como se fossem um.

A gargalhada da ironia.

E o um é inevitavelmente interessante. Como a tragédia alheia, ecoa na mente. Ressonante como cordas desafinadas e ranger de dentes, irrita os ouvidos.

Estamos.

Para os connisseurs da troupe sem gaitas de fole, bobos-da-corte e samurais ao mesmo tempo, minhas saudações. We missed you.

Convoco-os para o que mais interessa a todos - apresento-lhes, nós, por nós mesmo.

Por Sh1v4

user darkside   date 5:58 PM. permalink Permalink

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sobre o blacksun

Conheça o lado menos afável dos poetas da nova era.

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