A trivialidade é fundamental.
"Permanece o príncipe, santo.
Em sacras auréolas de plástico
Indiferente, faz-se prático
Em apenas dez minutos. Tanto?"
A trivialidade é fundamental.
No simples toque do desapercebido, ainda o ignorado prevalece e manipula. Essência. Ainda por cima dos berros e compulsões daqueles que gritam e choram a existência, prevalece. Mesmo sem a prioridade ou a responsabilidade, mesmo que o tempo pare, prevalece.
Pois aquilo que se mostra marcado e cicatrizado prova por cem milhões de vezes que sim, prevalece. Apenas não se nota. Como o pingo que derrama a água do balde, como a faísca que provoca a detonação. Absoluto.
Como se fosse a natureza de tudo.
A febre e insônia de incontáveis e intermináveis marcam com ferro a existência já há muito pressuposta. Mais uma vez, inerente. Fadiga e estresse, partes do todo onde pacotes separados são inexistentes.
Humano.
A trilha percorre e soa, com infinitos timbres, a roda da fortuna. Poeta-trágico-samurai. Como o código de honra que prevalece sobre todas as outras.
O sentimento é deficiente. O sentimento é essencial. Sentir define unicidade. Sabedoria, o despertar. Do velho novo mundo e das velhas novas histórias. Um outro ângulo.
Caminha com os cansados afagos de pêlos de coelhos e Sofias, os sinuosos secretos arquivos jamais vistos, por baixo da colcha de retalhos. Lapidando a própria lápide da existência jamais comprovada.
E como as plumas ao vento, flui sem rumo. No indigno âmago do próprio eu, santuário.
A trivialidade é fundamental.
Os olhos abertos evoluem com o aparentemente insano, a feiura que se torna bela, o comodismo transformado em tristeza, a satisfação insatisfeita. Olha! Está lá, esteve o tempo todo.
O Reindo do Nada. O eterno Conto dos Desavisados.
Para o inferno com seus paradigmas e convenções.
Por Leonado Bighetti.
0 Comentários:
Postar um comentário
Voltar para Página Principal