Imortal

Imortal.
Queria que você estive aqui.

Eu comecei com uma parte de você,
uma parte que cresceu e me tornou mais forte.
E eu estou de pé,
com o que você me ensinou.
As coisas tomaram um rumo diferente
mais rapido do que imaginamos, não é?
Me lembro ainda em tom sepia
as folhas do pé de jaca caindo no outono,
e nossas férias de risadas incessantes,
um dia após o outro,
sem dormir.

E agora dificulto no sono,
mas não pela folia.
As coisas acabaram ficando difíceis.
Difícil de resolver,
difícil de dormir,
difícil não te ter aqui,
irmão,
difícil demais.

Uma rosa é tão pulsante e linda,
vermelha da cor do sangue que jorra quando
a apertamos muito forte.
Não foi isso que uma vez você me contou ?
E assim é, e sempre será.

Um verão em preto e branco talvez agora.
Gostaria que assim não fosse.

Gostaria que seu pincel,
autoretratasse o autor com rifle,
na luta,
como uma vez ainda fez LaCroix.
E na recompensa,
a paz.
Após a tempestade,
sempre vem a calmaria.

Pessoas que voltam, foram.
Pessoas que vencem, lutaram.
Pessoas que acham, procuraram.
Se você mata o tempo,
o tempo acaba matando você.

Escolha vida,
Viva a escolha.
saboreie o resultado.
Sobreviva à escolha.
Lute com força,
prospere.

Dizime cada pedaço do obstáculo,
com a perseverança de um gladiador ao Coliseu.

Guarde seus erros, e,
Jamais esqueça das cicatrizes que eles lhe custaram.
Os erros são o rascunho do acerto,
do lapis à caneta,
da lupa à luneta.

Saiba,
sempre,
Que cotovias e sapos cantam ainda,
afinados.

E que,
os harmônicos distorcidos de uma Les Paul vermelha,
torcem por você,
esperando do gênio nato
apenas um pouco de razão e sabedoria,
na mais desfavorável das situações.

Saiba,
até que o espaço-tempo seja destruído,
estaremos,
na pilastra mais firme de um chão bambo,
aqui.
Estaremos, sempre,
aqui.

Por Leandro Bighetti
10/12/2007

user darkside   date 10:12 AM. permalink Permalink

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Decadência Estrutural

Cabeça quebrada, inteira,
inteiramente aos pedaços.

Sic faciunt omnes.

Drible desafinado, a sorte castiga
quem mal mastiga a vida.
Desarmonia sem cura,
o triste fim dos sarcásticos.

Pagando o preço que custa o olho da cara,
rastejam-se com seu manto pútrido,
molde da fratura do rosto
que satura em etanol.

Descredita-se por inúmeras razões o corte,
mesmo que multidirecional.
Sexo bilateral ébrio de mil solidões,
sobre o vórtex libras caindo.

A vida sem amor
castiga o dia.

Castiga o dia.

Sic faciunt omnes.

Carpe diem?

user Leandro Bighetti   date 2:58 AM. permalink Permalink

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Rótulo Provisório

É só o resto tóxico da melancolia desgastada
amedrontanto o lobo solitário que uiva noite afora.

O que restou apenas
são embalagens de alimentos anteriormente consumidos,
que por vezes e vezes
putrefaram.

Algumas ações contínuamente rebuscadas em seu objetivo.

Ébrio de cláusuras de algo
que se perdeu em desconcerto
e somos todos levemente tocados,
(ou assim estupidamente fingimos)
o algorítimo da vida anteriormente já conhecida,
citada inumeras vezes por aqueles que já viveram
nas mesmas condições,
nos mesmos lugares,
nas mesmas ilusões.
Que se dane o imbecil do carro da frente.

Cole estampas em seu colarinho,
rasgue diplomas,
construa um vírus mutante,
reinstruture a fundação do mundo,
e colida a merda da sociedade.

Sinta-se por um breve momento...
satisfeito.

user Leandro Bighetti   date 2:52 AM. permalink Permalink

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sobre o blacksun

Conheça o lado menos afável dos poetas da nova era.

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