Adormeci sonhando o sonho impossível
Amanheci o mundo de cabeça pra baixo
O ouro do arco-íris invertido
A percepção e o som distorcido

E andei por todos os corredores abarrotados
E por mim passaram todas as pessoas, menos uma.
E andei por toda esta noite fria iluminada
E todos os brilhos estavam lá, menos um.

Olhei para todos mas eles não estavam lá
Tão longe, tão longe. Tão longe e tão perto,
Como se pudesse ouvir o mero sussurro
E ele me infectasse com essa doença

Debilitado de qualquer escolha,
Meu único desejo é mais uma vez.
Mais perto. Mais uma vez. Para sempre.

Como o sol que ilumina a hora mais escura.
Que ilumina tudo de bom que ainda existe.

Porque estou ficando doente,
E parece que por mais que eu tenha
Nunca será o bastante.

“Pensando em você...”

Leonardo Bighetti

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Liberdade Emocional

A Ricardo Cicarelli

Sempre que nos desencontramos o livre é livre. Liberte-se e livre será! Confrontemos então o maciço muro que nos espera sempre temível e terrível: a incontrolável indecisão. Auto-descrença? Não. Creio todos nós sejamos mesmo que monotonamente, capazes mas, o truque que nos surpreende instala-se além da razão. Incandesce-se em vermelho e ainda assim continuamos perdidos no escuro, flutuando por trás das legendas que passam por nossos olhos a cada vez que lemos lábios alheios. Memórias que nos rasgam e nos partem em vários, são claramente pedaços da indecisão - mesmo que em parte não compreendamos o motivo. Por quê? Por que não conseguimos evitar esta amargura de não estar juntos nem separados? Minha teoria é que em algum lugar, perdemos o controle. Perdemos a consciência de nosso próprio limite. Perdemos a básica noção de início, meio e fim. Para finalizar a perdição máxima, nem imaginamos mais quão vasto é o estrago que inconscientemente causamos dentro de nós mesmos. E assim nossos dias seguem, torturando uns aos outros... Insano! Uma liberdade inatingível que não nos foi negada? Como aceitar esta fidelidade caótica? Insano. Como nos desprender de nossa própria consciência quando o cômodo não mais é confortável? Realmente insano.

Mas lembramo-nos que somos todos sustendados por nossas bases.
Não descartemos os detalhes lapidados - claro que não -, pois devido aos detalhes é que tão interessante tornamo-nos! Mas aquele que há de se desprender...há de o fazer. Pois uma vez rachado um detalhe essencial, seremos deixados eretos por nossas bases, e devemo-nos apoiar naquilo que nos garante equilíbrio. E só elas o fazem. Não esqueçamos nunca destas!

E o livre continua livre. Liberte-se... e livre será!


por Leandro M. Bighetti (Bam)

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Amanhece o Oriente

Amanheceu o vazio da cantoria e a voz
Triste voz que canta e ecoa e estremece os tímpanos
E com a voz nasce o djembe e o chocalho
De repente, influência da Arábia, nasce a música.

E com a música nasce a espiral e a areia dança
E com a areia dançam também o vento e as folhas
E com as folhas dançam também as crianças
E as cordas ressonam e o violão também dança.

Em momentos, os violinos se tornam um só instrumento
O sopro e os tambores e sítaras também cantam

E não existe mais a voz ou os instrumentos
Existe apenas um. Harmônico. Surreal. Perfeito.

Amanheceu o Oriente.

“…Shahram Nazeri – Shour Angiz – Rami”

Leonardo Bighetti

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Insônia.
Cafeína.
Trânsito.
Ausência.
Cafeína.
Trânsito.
Indiferença.
Álcool.
Nicotina.
Solidão.
Insônia.

Vertiginosamente a vida segue, em pequenos onze passos...

Leonardo Bighetti

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Rubor elétrico de nervos que com dificuldade se movem, entrelaçados e entregues à insensatez amarga com uma pitada de limão. Fantasmagórica sombra turva delineada em tijolos amarelados e o fungo negro.

E turva e torta chuva que chove lá fora, o tempo todo, o tempo inteiro. Sempre.

Bate como a mão que esmurra a porta. Escorre por entre os dedos, por entre os lábios. Ácido alucinógeno corrosivo e a chuva ainda chove.

Aos poucos, enegrece, jogado na vala da descrença, o conto dos desavisados. Em espasmos de esperança irracional, cerra os dentes com o aparente fatídico e inerente destino.

Sem pudor.

Fatídico.

Leonardo Bighetti

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Estrela e Lua: Diálogo da Paixão.

(inacabado)

Introdução.

R. Cicarelli: Heis que vem de longe e deságuas em meu peito...
HikaruSama: Tão límpido e cristalino quanto as lágrimas de minha alma.
R. Cicarelli: Porque foges? E quando voltas, tão amargurada...
HikaruSama: Me puxas para as trevas que carregas... como pode?
R. Cicarelli: Me envolves com descaso, de tal furia num só pecado.
HikaruSama: Será que não percebes? O mal que me causas... vejas o sangue! Tenho cicatrizes por todo o corpo!
R. Cicarelli: Preciso ser evolto, tens de me ajudar... por toda e conseguinte dedicação sublime... todo encanto.
HikaruSama: Encanto dessas lágrimas que absorves com teu próprio corpo... bebas de mim a pureza de meu próprio amor.
R. Cicarelli: ...e sinta, já transbordando em cicatrizes, esta voraz paixão. Já não há fim, meio ou começo de trevas.
HikaruSama: O silêncio.... escuridão... que braços são esses? Frio...
R. Cicarelli: Entendo que o perdão fora negado, e que minh´alma se fora...
HikaruSama: Esquartejada pela própria situação... me acuso em julgamento inválido, ludibriado por ti.
R. Cicarelli: Resguardo-me do direito de defesa, pois seus olhos serão meu fiel advogado!
HikaruSama: Ah! Por favor... me beije... e em vão, digas que me ama, pois em ti reside meu pecado!
R. Cicarelli: Tão absoluto, quanto o ventre que envolve a cria e tão intenso, quanto o âmago deste nosso pecado.
HikaruSama: Ah! Por céus.... irei para o inferno por amar-te tanto?
R. Cicarelli: Oh! Puro amor... pelas chamas do inferno. Serei eu crucificado por possuir àquela que devoto vida?
HikaruSama: Como seria capaz o bom Deus de punir-me desta maneira... por, simplemente, seguir aos passos de suas palavras?
R. Cicarelli: Pretendes cogitar a fulga deste anonimato? Revele-se como já o fez. Revele-se.
HikaruSama: E abrir a ti meu coração... de novo? Como posso? Se já sabes que o amo... se já conheces todos os caminhos de minha alma? Não há outra opção, se não, aceitar este juízo final.
R. Cicarelli: Aceitarei-o por ti.
Ambos: Este amor que nos pertence e nos defende...jamais será abafado!

(fim da introdução)


____________________________
por Ricardo Cicarelli e HikaruSama

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Delírio

Ele estava tão ferido e perdido...
Não podia encontrar o seu destino.
Ela, quase morta; se fechava em seu abismo.
Ela havia castigado seus principíos.

Juntos e quietos permaneceram a se olhar,
Desbravando lentamente o mistério do amar.
Entre risos e afeto nascerá o que não há
Neste mundo tão cruel que desconhece o encantar.

Então o improvável, acontecerá o inesperado!
Juntos e felizes ao encanto se entregaram,
Sentiram naquele momento o canto mais notável,
Após mais de duas decadas alcançaram o improvável.

Com um beijo tão puro e meigo, selaram o firme laço
E do firme envolto abraço, viajaram além do espaço.
Seu sorriso tão sincero, ela voltará a seus braços
Fortalecidos pelo amor, agora seguem passo-a-passo.

Oh honra! Oh amor! Oh respeito!
Eles se amam e seu afeto desconhece a face do medo.
Sentem tudo tão intenso adentro ao peito,
A caminho deste amor, em breve segurarão o berço.

Vivos como nunca, o desejo da morte desconhecem.
Lírios que não secam, eterno amor que só floresce.
Eternamente viverão juntos neste mágico romance,
Até que um dia a terra os chamem e seus corpos descansem.

"... suas almas sempre estarão juntas."

________________
por Ricardo Cicarelli

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Estrela e Lua: Diálogo da Paixão.

Primeiro ato.

O jovem galante encontra a dama, que desce a escadaria do majestoso Teatro Municipal. Ajudá-la não é somente um sinal de boa educação, torna-se um prazer, quando os corações passam a palpitar em fluxo ritmado....

R. Cicarelli: Estás divina caríssima. Tu és a rosa que jamais desabrochas, pois resguarda-te em leito puro.
HikaruSama: Meu caro.... apenas te iludes com o espelho de teu próprio reflexo, uma vez posto em meus olhos teu semblante magnífico.
R. Cicarelli: Eu, receoso, mantenho-me distante e inquieto... devo eu tocar tua divina mão e sentir estes dedos esculpidos por seres celestes? Minha pérola divina.
HikaruSama: Ora gentil cavalheiro, que medo tens de tocar o divino, se foste posto em mesma igualdade?
R. Cicarelli: Toca-me o coração com tais palavras. Deus não pôde ser tão desigual... os céus devem estar envoltos à desordem. Como permitir que o anjo mais lindo viesse a terra?
HikaruSama: Diga-me... já que foste tú o enviado?
R. Cicarelli: Talvez com uma dose de teu próprio encanto eterno, uma esperança assolasse este mundo treviano. Para tanto, jamais imaginei tanta ousadia, a dose inteira derramada sobre a pele, que além de divina é, tão verdadeira... dificil de duvidar.
HikaruSama: Não duvides, pois tu portas mais dons do que a mim designas. Realmente, Deus deve ter perdido a sanidade. O divino não fora feito para ser tocado pelos mortais.... o que fazes aqui então?
R. Cicarelli: Chegam a ser profanas tais palavras direcionadas a mim. Citas a inútil tentativa cega de comparação. Não se podes comparar a beleza de uma montanha ou de um oceano com um mero ser, agora tentar comparar tais belezas reunidas e somadas... chega a ser insano!
HikaruSama: Realmente meu amado.... é insano tentar comparar-te a tanto, quando estás tão acima disso!
R. Cicarelli: Meu espirito reside no abismo e, por lá, desejaria permanecer, mas faço um único pedido.... único: "Estejas sempre em meus sonhos minha eterna amada".
HikaruSama: Teus sonhos podem alcançar mais longe, são sonhos divinos, porque pedes para sonhar com tamanha banalidade?
R. Cicarelli: Pois assim, e apenas assim, confesso ao lado da morte, sussurrando: "A vida me foi válida. Morro, enfim, em paz."
HikaruSama: Então saibas deste já, que minha vida é tua.

(fim do primeiro ato)


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por Ricardo Cicarelli e HikaruSama

user darkside   date 10:54 AM. permalink Permalink

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Estrela e Lua: Diálogo da Paixão.

Segundo ato.

Quando se cortejam, os jovens podem ser mais acalorados do que imaginamos. A criança corre de um ponto a outro do recinto, carregando as mensagens dos dois apaixonados, mas em breve ele partirá e precisará se despedir, para que então, possa sonhar com a flor que enaltece seu espírito...

HikaruSama: Como podes me viciar tanto?
R. Cicarelli: Não sei... é recíproco!
HikaruSama: Não controlo mais meus pensamentos, apenas quero escrever e escrever... não consigo parar, minha sede... não consigo matá-la!
R. Cicarelli: Mate-a ao meu lado, banhe-se em nossa, harmoniosa, junção!
HikaruSama: Somente tu para saciar-me!
R. Cicarelli: Somente tu para, em verdade, amar.
HikaruSama: Como consegues enxergar isso em mim? Será que não percebes que a partir de tua costela me fizeram? Se em verdade consigo amar, é porque de ti roubaram uma pequena dose desse dom!
R. Cicarelli: Engano sagrado na tentativa de obstruir o óbvio. Não vê que sois o resumo límpido da mera matéria bruta? Ainda me vejo feliz por ter sido aproveitado à servir-te.
HikaruSama: Fui lapidada na mais perfeita rocha existente, mas ainda assim... és mais perfeita em sua forma natural, tal qual como Deus criou, do que nesta forma invejada como citas.
R. Cicarelli: Em discussão já não posso mais envolver-te, sequer discordia deveras haver. Enquanto ti, minha Deusa, existir... jamais estarei infeliz em partir. Estás linda e bela serena conduzes a música de nosso amor. Durmo com o pensamento fixo em nosso proposito existêncial. Amar-te-ei como jamais o fiz, durma em paz meu anjo.
HikaruSama: Que pena que tens que partir.... e me deixar apenas na ância... esperando por mais um pouco deste veneno.
R. Cicarelli: Entregarei-te o veneno aos poucos, pois meu amor por ti é de tão enorme que poderia sufocá-la se entrelaço-o à desordem.
HikaruSama: Não me tires deste vício... este vício de ti... durma nas asas de um anjo.
R. Cicarelli: Não posso, não estás aqui agora.
HikaruSama: Vá... descanse no repouso de meu beijo.
R. Cicarelli: Descansarei em plena paz, se assim me for concedido.

Ele se levanta, a olha com fervor... prometendo a dádiva de um novo dia, um dia em que felizes, caminharão juntos.

(fim do segundo ato)

Conforme cita a introdução, esta obra encontra-se inacabada. Prometo conversar com a Hikaru sobre uma possível continuação.


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por Ricardo Cicarelli e HikaruSama

user darkside   date 10:53 AM. permalink Permalink

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Individualistas: Indivíduos Geniais.

Nem mesmo a maior força que rege todo o universo é única, se existe a luz, é porque a escuridão também se faz presente. Para cada qual existe sua outra parte, assim como o bem e o mal.

São 13h05 da tarde, ouço e som agudo do aparelho de ar condicionado, mescla-se ao som das vozes em meio ao desespero de concluir suas tarefas coletivas, para que enfim sejam individualmente reconhecidos...

...paro e penso:

Vê-se todo o brilhantismo de um lixeiro ao arremessar, precisa e seguramente, o saco de lixo para dentro do caminhão? Da mesma forma, passa tão desapercebido o brilho de um mestre-de-obras que, com tanto brilhantismo no que se presta a realizar, conduz de forma incrível seu trabalho com coragem para enfrentar todas as adversidades naturais que se prostam em seu caminho.

Porque o brilho destas pessoas seria diferente ou menor do que um cientista robótico que, de forma também brilhante, estabelece suas premissas estipulando regras formadoras de falsas inteligências?

Como este capuz, socio-culturalmente imposto, denominado remuneração, é capaz de ofuscar tanto o brilho de cada um de nós?

Não existe brilho individual, pois todos nós somos brilhantes.

Ponto de vista determina brilhantismo. Estipulando que exista hoje, cerca de 6 bilhões de pontos de vista diferentes no planeta em que vivemos, acredito que todos nós temos nosso reconhecimento e espaço. Essencialmente, nosso brilho próprio.

Não deve haver individualismo, pois o fato de estarmos aqui, já denota que duas pessoas estiveram juntas e nos permitiram nascer...

...pergunto: Existe algo mais brilhante que conceder a vida?

Cada pessoa possue características individuais e apenas quando somadas tornam-se, verdadeiramente, única. Potencialmente falando, o individo não foi feito para estar só, pois se individualmente estiver e permanecer, falhará e padecerá.

Obviamente que todo o brilho a que me refiro é parte de um todo, e acredito que cada um de nós faça parte. Talvez então, nada tenha a ver com genialidade... Hmmm, será?

...paro e penso:

Genialidade é a característica individual de um determinado indivíduo realizar algum feito extraordinário. Correto, mas... geralmente este feito apenas surte efeito às pessoas que, supostamente, admirarem tal feito e assim o "validarem" como genial. Partindo do princípio que seria ilógico uma pessoa genial criar algo genial e, simplesmente, se considerar genial. Imagino que exista a necessidade de, ao menos, um outrem admirar e tornar real sua genialidade. Com base nesse princípio concluo e acredito que a genialidade também é de carater coletivo.

A espada que separa os gênios, age como ferramenta de filtro natural, enaltecendo-os dos, demasiadamente egocêntricos de plantão, não pode ser menosprezada, ela é justamente sua outra parte.

De que serve os feitos geniais e a genialidade, caso não exista reconhecimento e, consequentemente, benefício coletivo? Nada com efeito individual pode ser causa de um feito genial.

Interessante.

Eu poderia ficar escrevendo durante horas sobre quão, necessariamente, precisamos estar todos juntos, afinal que guerra é travada e vencida individualmente? Irônicamente, sequer nossas próprias guerras interiores são vencidas de forma individual.

Pense sobre quão individualista você está sendo, e como é simples se libertar de uma prisão esculpida na egocentria.

Precisamos uns dos outros, pois apenas assim seremos enfim, OUVIDOS.


________________
por Ricardo Cicarelli

user darkside   date 10:53 AM. permalink Permalink

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sobre o blacksun

Conheça o lado menos afável dos poetas da nova era.

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