Rubor elétrico de nervos que com dificuldade se movem, entrelaçados e entregues à insensatez amarga com uma pitada de limão. Fantasmagórica sombra turva delineada em tijolos amarelados e o fungo negro.

E turva e torta chuva que chove lá fora, o tempo todo, o tempo inteiro. Sempre.

Bate como a mão que esmurra a porta. Escorre por entre os dedos, por entre os lábios. Ácido alucinógeno corrosivo e a chuva ainda chove.

Aos poucos, enegrece, jogado na vala da descrença, o conto dos desavisados. Em espasmos de esperança irracional, cerra os dentes com o aparente fatídico e inerente destino.

Sem pudor.

Fatídico.

Leonardo Bighetti

user darkside   date 10:56 AM. permalink Permalink