Advogados da Ironia

Soterrado e desconhecido no coração negro retorcido
Vácuo existencial, o mais insano berro jamais ouvido
Lágrima seca da chama eterna. Álibi reprimido
Mostra-me o céu aberto, caos além do infinito

Luzes negras claream a vasta sala de olhares famintos
Casulo fútil, condena o amaldiçoado enegrecido.
Escassas palavras de sentimentos repreendidos.
Luzes brandas escurecem a alma dos rebeldes. Renascidos.

Na sombra mais inquieta, projeta-se ao lar
Fome que não mais ostenta, fuga do amargo olhar
Treva da inexistencia, pranto incoerente, reluta em afirmar.

Repousa, só, no santuário de almas desgarradas do inexistente despertar,
Desperta, acompanhado, na masmorra da insegurança, desgarrado na inquietude secular.

Oh, familiar desprazer que habita a insanidade de teus pensamentos!
Oh, majestoso temperamento que ecoa além do oceano!
Desesperançoso anjo caído de asas cortadas,
Vá e traga-me a vida, não se demore... nem se esqueça do troco!

Despreza com teus olhos todo o sangue impregnado
Nas paredes da tua fortaleza impenetrável
No refúgio supremo da falecida consciência
Reino dos massacrados, sem imposições nem demência.

Por Leonardo Bighetti e Ricardo Cicarelli.

user darkside   date 10:49 AM. permalink Permalink