Um Poema para um Anjo Negro
Lendário primogênito das trevas. Prece.
Reina soberado, desintegra o que lhe veta,
Digno majestoso Sol. Inibido, onipresente, lhes congela.
Entorpecida fúnebre, morte evidente, cujo pranto enaltece.
Divaga profundo caos, resguarda-se em ímpia nevoa.
Precipício averso à vida, estigmatizado pelo tempo,
Pacto abastecido em revolta, fez-se o lar que o afugenta.
Entrelaçado na doutrina do ÓDIO, espalha AMOR, HONRA e RESPEITO.
Obscura claridade. Lamento esforço vazio,
Voraz fulminante vontade. Voz do canto mais gentil.
Extremo vigor fantasmagórico, intenção que não ostenta,
Espelho hipócrita fantástico, vendaval de imatura ofensa.
Terror que enobrece a valiosa bondade,
Trazendo seus Ventos, soprando rara vontade.
Paisagem de anjos, com seus demônios, maldições e lendas,
Desejo que implora, simples. Retire sua venda.
Faz da perturbadora lágrima, irreal, a lógica,
Nos rios de sangue alheio, feridas mortais desperta.
Suspiros fundidos entre compaixões e finitas guerras,
Da vitória mais pálida ao surrealismo que jamais renega.
Enlouquecido pelas tentativas e falhas profundas,
Eternamente sozinho, espreita, sua´lma-gêmea renascer.
Grandiosa amargura da fuga, adverte a insustentável leveza do ser.
Preso num feudo de sangue, poder não mais lhe confere, para sobreviver.
Mórbido como tens que ser, autêntico resguardado,
Implacável sendo, tortuosamente, carismático.
Odiado e Amado, para sempre Ricardo,
Enigma que por fim, padece infindável.
Desconsideremos o aguçado tom treviano e a exarcebada egocentria macabra. Como diria aquela, impertinente, voz que ecoa ao fundo: - "Ele tem seus momentos".
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por Ricardo Cicarelli
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