Leito. Sobre o manto negro que encobre,
E a névoa espessa e o suor que escorre
Pequenas luzes trêmulas, véu vermelho esvoaçante.
Batidas de tambor. Sobre as riscas de luz, grãos de areia.

Batidas de tambor. Desritmadas, cabalísticas
Ditando o ritmo. Sabor da terra, tons pastéis
Vento uivante, ruído ensurdecedor.
E o mais antigo instrumento, ritmado por tambores.

Oh, sol negro de infinitos dias infinitamente distantes.
Oh, sol negro de infinitos tons de negro sem vida.

Aliança perpétua com centímetros de borradas memórias.

Oh, céu negro de infinitas camadas, deixa-me ir!
Oh, sol negro onipresente. Deixa-me ir!

Correntes e grilhões imaginários
Sobre a parede sépia de tijolos amarelados
Deixa-me, deixa-me ir!

Mas não me deixa sozinho
Pois só, inexisto, enlouquecidamente.

Na contradição e arrependimento
Dos dias mais solitários da America Latina
O mais longe e o mais breve
Para que, na futilidade, coexista.

Mas não tão longe assim!

Enegrecido emerge o samurai solitário
De incontáveis dias da mais calorosa luta
Que lutamos todos os mais insensatos dias
Dentro de nós.

Por Leonardo Bighetti.

user darkside   date 10:47 AM. permalink Permalink

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