Sorrateiro retorno à casa
Estranho retornar de agora já velhas e ultrapassadas coisas. O ponto de vista, vivo, grita. As supostas escolhas ora tardias, ora precipitadas, aparecem como sutis consequências.
Seus olhos brilham e não é pelo luar. O frio e a chuva percorrem as costas de um corpo semi-adormecido. Ela fala e todas as palavras fazem sentido, menos as minhas. Ela fala e os sinos da sabedoria batem seus gongos atordoantes e as palavras gurgitam, fazem um tremendo sentido. Ela fala.
Ombros pesados adormecem etilizados. Tudo é bonito e engraçado sobre olhos desvairados.
Retornar às antigas coisas, aos velhos costumes?
Eles vêm e vão todos os dias, os dois, e a indiferença é uma bênção. Aplausos.
A rotina consome a si mesmo como uma cobra que morde o próprio rabo.
E que olhos lindos estes que brilham. Que mãos suaves estas que puxam o maltrapilho poeta. E que palavras doces e verdadeiras estas que perfuram com suas verdades agonizantes e sangrentas.
Algo se perdeu. Algo se perdeu.
Alguém se perdeu.
Leve e distante, sóbrio e insensato, atraente e maltrapilho, sábio e desvairado.
Poeta.
Afoga-te e joga-te em um canto escuro e te deixa.
Tropeça cambaleante na tua vida sem rumo.
Afoga-te e dorme e acorda e dorme e acorda.
Trapaceiro de meias-verdades. Afoga-te.
5 Comentários:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
SiCK4 5:46 PM Permalink
Momentos estilhaçados que cortam e cegam, contudo ainda que cegos, há fatos e circunstancias que podemos claramente identificar como essenciais em nossa vida. Feliz ou infelizmente, viver é fundamental. Abraços, Ri.
SiCK4 5:47 PM Permalink
alguém se perdeu... todo mundo se perde um dia.Até você!
Anônimo 11:18 PM Permalink
When it seems to exist nothing else, you surprise. You are still sweet.
Anônimo 7:29 PM Permalink
E o que é o novo, senão o velho recomeçando? Errando menos...
Anônimo 10:08 AM Permalink
Postar um comentário
Voltar para Página Principal